S. Pedro de Rates -> Barcelos
Tudo se agrava quando deixo de conseguir apoiar o pé direito no chão ai ai ai …
Lá cheguei ao albergue, toca a pegar no creme para fazer a massagem as perninhas e tentar dormir, o que por acaso aconteceu num ápice…
Zzzz.zzzzz……zzzzzzzzzzzzzz…….zzzzzzzzz……
E são horas de acordar, mexer uma perna e tentar mexer a outra ainda com uma ou outra dorzita mas nada que me impedisse de caminhar pensava eu.
Pelo sim, pelo não após uma massagem matinal resolvi ligar o joelho e o pé que me assustaram na noite anterior. Nisto passa um amigo que me diz para não me preocupar que aquilo não seria nada e passo a citar (“- Digo eu que sou veterinário!”) lá perdeu o crédito todo, mas pelo menos deu para me rir um pouco antes de começar a caminhar.
Mochila as costas e zás toca a descer as escadas que tão dolorosamente me tinham custado a subir (estarei preparado para os km de hoje?!)
Fomos ao saboroso pequeno almoço onde um grupo de homens “botavam” o bagacinho matinal e nós com a bela da meia de leite ehehhe… é de homem!!!
Lá fomos palmilhando os primeiros quilómetros por uma paisagem diferente da do 1º dia, caminhava com calma com passos cuidados e muita atenção nas descidas onde se exige mais dos nossos joelhos e onde se acentuava a minha agonia.
A paisagem começa a transformar-se cada vez numa paisagem mais verde com uma vegetação disforme umas vezes coberta por um pasto verde, outras vezes por campos de milho vistoso, o que permitia ao meu cérebro ficar distraído com tanta beleza e não pensar demais nos meus joelhos.
Mas como tudo o que é bom por vezes também acaba, aqui também os caminhos de terra terminaram, voltamos apanhar o asfalto e transito matinal de e em direcção a Barcelos.
O Primeiro Incidente: O Pneu Furado
Ao passar por Pedra Furada surgiu um imprevisto, rebentou uma bolha no pé direito, assim não seria possível caminhar então tal como um ciclista lá parei, e coloquei o espectacular penso de silicone que não sarando iria pelo menos facilitar o caminhar deste peregrino.
Após este pequeno furo começa a vir as ideias será que estou a ser um peso extra para o meu companheiro de viagem, que mais me ira acontecer?
Estas ideias todas fizeram calcular alguns cenários possíveis, principalmente o por um ponto final a esta aventura, ou partir para Valença e fazer o caminho desde aí, perdendo os percursos pelos quais me tinha apaixonado em fotos…
E citando uma das leis de Murphy “-Quando parece que as coisas não podem piorar, elas pioram!”, Barcelos, nunca mais chegamos a Barcelos! Com este pensamento mais sentia o estado dos meus joelhos a piorar, seria mesmo dor física? ou a minha cabeça estaria a pesar mais do que a mochila?!?!?!
Grrr.. Que nervos…